sábado, 19 de abril de 2014

Esclarecimento sobre a fé para os meus artigos

Escrito em: 19/04/2014. 
Revisado em: 28/12/2018. 

"A fé é um sentimento puro, mas canalizada aos valores religiosos próprios da religião a qual o fiel pertence, aprendidos desde criança." (autoria minha) 
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Quando uma pessoa diz possuir fé, ela se refere ao Deus cristão. Sou brasileiro, escrevo na língua portuguesa do Brasil, meu país, onde a grande maioria das pessoas, quase 90%, (1) são cristãs, e, outras, com menos adeptos, acreditam e/ou aceitam Deus como parte de suas próprias crenças, como, por exemplo, a Umbanda. Então, é evidente para você, possível brasileiro, ou mesmo uma pessoa de outro país ocidental ou não, mas cristão, que a primeira frase acima é até inútil em se dizer. Fala-se em fé, fala-se no Deus cristão. E sabe a razão? Devido ao absolutismo religioso presente no meio ambiente social das pessoas. 

Escrevo sobre o oposto ao absolutismo, o relativismo, sendo este primeiro levando qualquer adepto a se, for perguntado se possui fé, dizer sim sobre o (s) deus (es) da própria religião, das próprias crenças religiosas. Os hindus ao grande número de deuses como Brahma, Vishnu, Shiva, Ganesha, etc., os islâmicos ao poderoso Alá, e assim por diante. 

Esta é a fé existente, "por definição", em cada país, para cada povo, etc., mas, não a única em meus artigos. A "outra" é isenta de religião ou crenças porque me refiro à nossa capacidade natural, inata conosco, na qual, conforme os valores religiosos vão se formando na mente das  pessoas, (2)  pela influência do meio ambiente social, educação, etc., elas direcionam suas energias ao (s) ente (s) divino (s) e crenças aprendidas junto a ele (s). É como pensar na fé como uma extensão do acreditar: primeiro você acredita nos valores religiosos. É um sentimento. Depois você passa a, dizendo de forma prática, dar crédito, confiar, ter convicção, orar por um ente divino ou mais (se a religião da pessoa for politeísta), orar pelos poderes associados a essas crenças, etc. 
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Assim, em todas as épocas e lugares, seres humanos criaram histórias, inventaram crenças, dogmas, tentaram explicar muitos fatos naturais ou do cotidiano com ideias sobrenaturais, nos quais os conjuntos delas se tornaram seitas e/ou religiões. Veja então que a fé é um sentimento em cima de conceitos criados, e, portanto, relativos, nada tendo de absolutos, pertencentes a cada povo e perpetuados nas memórias das pessoas desde quando crianças.    
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E aqui abro um parênteses: só agora temos a capacidade de vermos o cérebro em detalhes; a neurociência está mostrando muitos fenômenos aos quais o ser humano atribuía ao espiritual, e, agora, aos poucos, vão se revelando como pura modificação da matéria e energia comuns (quando as pessoas praticam assiduamente a religião, a meditação e/ou as terapias), ou seja, no cérebro, mesmo elas acreditando em um sem número de crenças. Essas crenças são apenas algo do imaginário (transmitidas às pessoas) se conseguindo (todos conseguimos) colocar uma boa dose de fé e acreditar, e, com muita disposição e esforço mental, melhorar sintomas emocionais, doenças, etc. 
E a história vai além porque costumo dizer: se alguém não possui fé em crenças religiosas, seitas e religiões, ela terá e tem a capacidade inata de acreditar em si mesma, outro grande sentimento citado em diversos artigos meus. 

Você verá nos meus textos as minhas citações sobre a fé e até um artigo inteiro denominado "O acreditar e a fé como vantagens evolutivas" (3) me referindo, simplificadamente, à frase "o que é absoluto no ser humano é o poder de ter fé e acreditar". O resto vem depois...
  
Certa vez um jovem, ao ler alguns artigos meus, disse não possuir fé, não acreditando em nada, e, por isso, achava os meus argumentos e textos errados porque ele era diferente, no qual as minhas ideias não seriam válidas. Respondi o seguinte: "mas você acredita em si próprio, sentimento ligado à motivação para viver, ter uma vida digna.  Você faz parte de uma pequena minoria junto à grande maioria das pessoas acreditando e possuindo fé no sobrenatural". Nesses assuntos importa o que acontece com a maioria das pessoas e não às exceções. A mente da grande maioria das pessoas, considerando-se também em todas as épocas da história da humanidade no planeta, possuem e, respectivamente, possuíam mecanismos cerebrais levando-os a ter sentimentos, incluindo o acreditar e a fé. O acreditar, pelo absolutismo religioso, leva as pessoas a terem fé apenas no que é transmitido por ele desde a infância delas. 
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Referências:
 
1 - Diversidade religiosa é marca da população brasileira. Governo do Brasil - Censo IBGE 2010. Artigo escrito em 2018. Disponível em: < http://www.brasil.gov.br/noticias/cidadania-e-inclusao/2018/01/diversidade-religiosa-e-marca-da-populacao-brasileira >. Acesso em: 28 dez. 2018. 
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2 - Argos Arruda Pinto. Neurociência e como se formam os valores religiosos em nosso cérebro. Disponível em: < http://neurorreligacao.blogspot.com.br/2017/04/neurociencia-e-como-se-formam-os.html >. Acesso em: 28 dez. 2018.  
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3 - Argos Arruda Pinto. O acreditar e a fé como vantagens evolutivas. Disponível em: < http://finalizacaoargos.blogspot.com.br/2008/02/o-acreditar-e-f-como-vantagens.html >. Acesso em: 28 dez. 2018. 

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