quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O Relativismo Religioso no dia a dia das pessoas (e outros fatos...)

Observação: nesta postagem eu mostro situações pelas quais presenciei ou fiquei sabendo através de amigos. Ela mostra como as religiões e seus dogmas, crenças, etc., são, na realidade, relativos ao meio ambiente social (incluo o cultural) das pessoas, que não são absolutas como se pensa. Não existe uma religião absoluta, "dona" da verdade.

Acrescentarei experiências minhas conforme irei presenciando ou vivendo.



- "Certa vez a Igreja Católica tentou pôr fim à ciência da destruição. Um papa do século XII baniu a tecnologia de ponta das guerras da época - a besta: o arco com apoio para a flecha. Essa máquina que mata mecanicamente, disse ele, não é cavalheiresca. Contudo, não via problemas em que ela fosse usada contra pagãos, como os muçulmanos." [Que respeito a outras religiões, hein? RS].

Smith P. D. Os homens do fim do mundo: o verdadeiro dr. Fantástico e o sonho da arma total. São Paulo Companhia das Letras, 2008. p. 119.



- A Praça da Sé, em São Paulo - SP, é um verdadeiro reduto de pastores evangélicos e candidatos a pastores pregando ao ar livre de manhã até à noite. Certo dia parei para escutar um que dizia: "Entrei em uma Igreja Católica só para ver... Só para ver! Estava escrito em uma das paredes 'Nossa Senhora Mãe de Deus'. Quer dizer que Maria é mãe de Deus? Isto se chama blasfêmia". O Relativismo Religioso acontece até em fatos sem maiores consequências, porque, ao meu ver, dizer Deus ao invés de Cristo é puro modo de falar. E ele pregava em terreno da Igreja Católica, da Catedral da Sé, o que poderia ter gerado muita discórdia e até brigas.

- Filho de um amigo meu, oito anos, disse para um colega nosso: "Não existe Deus; existe Ogum".

- Um brasileiro bastante religioso, cristão, foi à Índia. Conheceu pessoas, almoçou com eles e, de repente, uma bebida alcoólica fora servida e tinha o nome, ao se traduzir para o português, de "Deus". Ele ficou indignado, reclamou com o garçom, que nada fez, e nem os amigos. Mas um amigo indiano veio ao Brasil e lhe foi oferececido uma cerveja da marca BRAHMA. Será que o brasileiro, ou outros, se incomodou em saber que essa bebida tem o nome de uma das mais importantes divindades da Índia? Creio que não. 


- Certa vez eu estava com um amigo indo para o Metrô Sé na famosa praça de mesmo nome. Paramos próximo à estátua de Paulo, o apóstolo, para decidirmos aonde iríamos. 

Aí chegou um senhor bem vestido, bem apessoado, simpático, parecendo chinês ou coreano, de uns 55 anos. Ele perguntou desta maneira, com sotaque: "Quem, quem é este?". Aí entendi tudo e no mesmo instante expliquei resumidamente: "O nome dele é Paulo, foi amigo (eu não poderia dizer apóstolo porque complicaria) de Jesus, o principal 'personagem' do livro sagrado "Bíblia" de todos os cristãos, religião deles". O homem ficou olhando admirado, com um sorriso no rosto e perguntou de novo: "Foi ele quem construiu aquela igreja?", apontando para a catedral. Daí eu completei: "Não, Paulo viveu há dois mil anos atrás e esta igreja foi construída no começo do século passado". Então ele agradeceu a informação, não querendo ser mal educado prolongando a conversa e foi embora.

Na Coreia do Sul o budismo é predominante. Existem cristãos, mas ele não era... Se chinês, seria ateu, confucionista ou taoísta, predominantes lá.

Para ele não importava quem eram Jesus e Paulo, a Bíblia, o cristianismo, porque fora educado em outra cultura. Daria para falar que ele era um homem infeliz por isto? Toda a China ou a Coreia por  isto? Todas as famílias de lá por ensinarem doutrinas, dogmas, etc., de lá? Não!

Experimente dizer a um homem desses que ele pertence a uma religião que não ensina as coisas certas e que o cristianismo é o correto. Ele dirá que o cristianismo é quem não ensina nada correto.

Quem estará certo, quem estará errado? 

Isto é o Relativismo Religioso.

- Um amigo meu, neto de japoneses, foi para o Japão para trabalhar e viver por lá no ano de 1990.

Seis anos depois pessoas comentaram comigo: "Argos, o Sérgio disse umas coisas estranhas do Japão: que no dia 24 de dezembro não há Natal, ceia, presentes, árvores enfeitadas e que no dia 25 não é feriado". Elas não me falaram do provável erro daquele país em não ser cristão. Ou achavam que todo o planeta era cristão. 

No Japão, o Xintoísmo possui mais da metade da população em adeptos, seguido do budismo, que não é bem uma religião e mais uma filosofia de vida. O cristianismo lá não ultrapassa 2%!

E  vejam a falta de consciência de muitas pessoas: neste caso que citei, elas talvez nem soubessem das divisões das religiões pelo mundo. Tenho certeza que não entenderiam o Relativismo Religioso porque foram ensinadas, doutrinadas a acreditarem no cristianismo.